quarta-feira, 23 de setembro de 2009

A Roda da Vida e os Seis Reinos


RODA DA VIDA

Os seis reinos são ambientes mentais correspondentes às seis emoções perturbadoras que nos conduzem ao sofrimento. Ao estudá-los vamos perceber como eles se manifestam em nossa vida, sua virtualidade e as possibilidades de transcendê-los.” - Lama Samten


A Roda da Vida (sânsc. Bhavachakra), também conhecida com a Roda da Existência, Roda do Devir e do Vir-a-ser, foi criada pela extinta escola Sarvastivada, precursora do buddhismo Mahayana. Este diagrama geralmente é encontrado nas portas de entrada dos monastérios tibetanos.

Suas ilustrações representam simbolicamente a os doze elos da existência interdependente, os seis reinos da existência cíclica e os três venenos da mente.A assustadora figura que segura a roda é Yama, o demônio da morte da mitologia indiana. Aqui, sua terrível presença simboliza a impermanência; nenhum ser vivo pode escapar de suas garras.

Entretanto, o Buddha está flutuando no céu e apontando para a lua cheia; isto representa que os seus ensinamentos apontam o caminho para a liberação.
A parte principal da roda é dividida em seis partes, representando os seis reinos da existência cíclica (sânsc. samsara).
Na parte de baixo, estão os três reinos inferiores:
• seres dos infernos (sânsc. naraka, nairayika);
• fantasmas famintos (ou espíritos carentes, sânsc. preta);
• animais (sânsc. tiryak, tiryagyona).
Na parte de cima, estão os três reinos superiores:
• deuses (sânsc. deva);
• semideuses (ou antideuses, deuses invejosos, demônios covardes, titãs, sânsc. asura);
• humanos (sânsc. manushya).


O reino dos deuses Despreocupados com questões terrenas, eles desfrutam do mais puro prazer. Ao não reconhecer a interdependência como a força do universo, desenvolve a ignorância de pensar que existe de modo independente. Isto é, está além e aquém da força da interdependência dos fenômenos. Esta forma-pensamento da esfera dos deuses está contaminada pelo orgulho de se achar (ilusoriamente) capaz de tudo. Neste sentido, quando uma pessoa está tomada pelo padrão psicológico da esfera dos deuses, crê que tem poder e, na maioria das vezes, dinheiro suficiente para merecer tudo que deseja. Acha natural ter direito à boa vida. Por isso, não se identificam com quem sofre. Talvez até pensem: Se alguém está sofrendo é problema dele, afinal não se cuidou... Os problemas do mundo não são meus. Eu vivo a minha vida.

o reino dos semi-deuses, Os semi-deuses são aqueles que se sentem mais fortes diante dos fracos e, mais fracos diante dos fortes. Por isso estão movidos sempre por uma força destrutiva. Querem saber sempre mais que os outros. Ao perceberem que alguém sabe mais do que eles procuram logo colocá-lo numa situação constrangedora para que possam encontrar uma forma de depreciá-lo.Neste sentido, a visão psicológica do reino dos semi-deuses está contaminada pela suspeita que desencadeia um sentimento de paranóia crescente. Devido ao medo de perder o reconhecimento social, o poder e a fama, desconfiam de tudo e de todos. pela inveja e pelos ciúmes;

o reino dos humanos, O reino humano é marcado pelo desejo da conquista e domínio ilimitados: uma tentativa constante de evitar a dor da perda. Como seres humanos, pretendemos ter a sensação de posse e controle absoluto. No entanto, a dor do nascimento, da velhice, da doença e da morte é inevitável. Não poder controlá-la nos deixa indignados e frustrados;
o reino dos animais, A visão kármica do reino animal é marcada pelo medo constante diante da luta pela sobrevivência. Enquanto seres humanos, vivenciamos este sofrimento de confusão e paranóia todas as vezes em que nosso senso de segurança é ameaçado. A imaginação torna-se ativa: a irrealidade ganha força e presença. Diante do imprevisto ameaçador, tornamo-nos hipersensíveis ao mundo e, como um mecanismo instintivo de defesa, nos contraímos física e emocionalmente. O medo nos rouba a alma e nos deixa ignorantes.;

o reino dos fantasmas famintos, habitado por seres que possuem um apetite insaciável, e por isso estão continuamente lamentando a falta de algo que lhes traria mais satisfação. Seus estômagos são grandes e estendidos, suas gargantas são muito estreitas e suas bocas são tão pequenas quanto uma cabeça de alfinete. Ou seja, a sua fome é enorme, mas suas condições de se alimentar são mínimas. O padrão emocional deste reino está relacionado com a ganância: a necessidade incontrolável de obter posses e muita riqueza. A ganância é desmedida. Em realidade, queremos mais do que necessitamos!

o reino do infernos O reino dos Infernos, segundo a psicologia budista, pode ser quente ou frio. Nos infernos quentes estão aqueles que vivenciam os padrões mentais gerados por raiva violenta, enquanto que nos infernos frios estão as mentes que ficaram presas ao egoísmo e ao orgulho.

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